quinta-feira, 12 de julho de 2007

Algumas Conclusões sobre Racismo no Brasil

Em 1804, aproximadamente, o Haiti funda o único estado negro da história, sob a influencia do pensamento libertário da revolução francesa o povo haitiano se revolta e consegue após 12 anos de luta a libertação de seus opressores, mas o cunho revolucionário do povo haitiano ainda teve que enfrentar várias tentativas de recolonização, entre espanhóis, britânicos e a própria França napoleônica.

Tanta cobiça é explicada pelo fato de que o Haiti era a colônia mais produtiva do mundo, sustentada opor uma hiper-população de escravos, esse um dos fatores determinantes para a insurreição liderada por Toussaint L'Ouverture. Quando os espanhóis chegaram à ilha ali viviam cerca de 700 mil habitantes, contudo devido as condições de vida massacrante imposta pelos colonizadores em 15 anos esse numero reduziu para apenas 60 mil.

Após esse massacre, o “progresso” tinha que seguir, foi então que se fez necessário utilizar mão-de-obra escrava-negra para seguir com os interesses da metrópole, rapidamente os espanhóis foram substituídos pelos franceses como colonizadores. O Haiti era uma colônia muito lucrativa, uma ilha imensa com localização estratégica para os interesses mercantilistas dos europeus.

Para alguns os ideais de “igualdade e fraternidade”, foram alcançados no Haiti, de forma mais plena inclusive que na própria revolução francesa, que era uma revolução burguesa, e por isso não teve o menor interesse de lutar pelo fim da escravidão. Os jacobinos da América como ficaram conhecidos ao degolar grande parte da elite branca, os Haitianos trouxeram o verdadeiro pavor para o Brasil, e também para outros países escravocratas de todo o mundo. A própria revolução americana que é enaltecida como o grito de liberdade dos negros escravos, na verdade só teve um caráter antiescravista porque os americanos tinham medo de uma revolta escrava, que também culminasse com a matança da elite branca.

No Brasil esse sentimento de medo culminou com a lei Áurea, que é tida como um ato de boa fé dos progressistas brasileiros, na verdade a elite esta acostumada em nosso país a tomar pra si as conquistas dos oprimidos com se fossem simples atos de boa vontade de pessoas de bom coração que só pensam no povo, mas na verdade o que temos que ter em mente é que é essas conquistas é fruto de um processo intenso e duro de lutas, tais como a revolta dos males, um episódio de nossa história que a elite burguesa tenta fazer com que seja esquecido.

A leia áurea foi uma conquista dos próprios negros que sempre foram fortes contra os ataques das oligarquias burguesas, mas essa lei não trouxe ao Brasil a tão sonhada democracia racial, é bem verdade que ela tirou os negros da condição de escravos, contudo lhes deu um caráter marginalizado na sociedade. Ate hoje se os negros não são mais escravos legítimos, mas tem que se submeter todos os dias a todo tipo de racismo não declarado, e engrossar a massa de trabalhadores miseráveis, vivendo em guetos e favelas, segundo dados da UNESCO, em termos de desenvolvimento humano existem dois Brasis, o branco ocupando a 44º colocação dos países mais desenvolvidos e o negro que ocupa apenas a 105º.

É claro que uma elite essencialmente branca vai defender seus interesse e para isso a mídia esta sempre do lado dos nossos opressores mascarando a realidade e fingindo que vivemos em uma federação com direitos iguais, mas vemos todos os dias os aparelhos de repressão do estado. A policia sempre busca uma forma de humilhar o negro em situação “suspeita”.

Na verdade entendo que a verdadeira dificuldade de combater o racismo é a própria falta de consciência dos negros da existência de um problema e de que eles precisam se mobilizar contra um inimigo implacável, que os vai perseguir no mercado de trabalho, na vida pessoal, na vida acadêmica e em todos os momentos de sua vida cotidiana. Mas isso parece ainda estar muito distante, tendo em vista que o próprio negro em muitos aspectos parece demonstrar certo preconceito de sua própria condição de negro.

Um comentário:

Anônimo disse...

hum posta mais